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24 de Abril de 2024

Janot relaciona apoio de impeachment pelo PMDB ao avanço da Lava Jato

Procurador-geral afirma que os “caciques do PMDB” achavam em 2015 que o governo “não estava agindo para barrar a Operação Lava Jato em relação aos ‘aliados’ porque queriam que as investigações prejudicassem os peemedebistas”

há 7 anos

Na denúncia contra o presidente Michel Temer e integrantes do PMDB por formação de uma organização criminosa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, relaciona a saída do partido da base aliada da ex-presidente Dilma Rousseff ao avanço das operações Lava Jato.

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“A crise dentro do núcleo político da organização criminosa aumentava à medida que a Operação Lava Jato avançava, desvendando novos nichos de atuação do grupo criminoso. Nesse cenário, os articuladores do PMDB do Senado Federal, em especial o Senador Romero Jucá, iniciaram uma série de tratativas para impedir que a Operação Lava Jato continuasse a avançaram. Como não lograram êxito em suas tratativas, em 29.03.2016, o PMDB decidiu deixar formalmente a base do governo e, em 17.04.2016, o pedido de abertura de impeachment da Presidente Dilma Rousseff foi aprovado pela Câmara dos Deputados”, escreveu Janot, na denúncia encaminhada nesta tarde ao Supremo Tribunal Federal.

Segundo o procurador-geral, as campanhas eleitorais de 2014 tiveram a maior arrecadação histórica de dinheiro repassado por empresas o que, segundo ele, “certamente é fruto do vasto esquema criminoso montado nos mais diversos órgãos e empresas estatais”. Ele apontou que só o PMDB teve incremento, em 2014, de R$ 122,7 milhões em relação aos valores recebidos em 2010.

“Embora a organização criminosa tenha conhecido o ápice da sua arrecadação de propina no ano de 2014, foi neste ano também que teve início a Operação Lava Jato”, escreveu Janot. O procurador-geral apontou que a princípio a operação era focada na Petrobrás, mas verificou-se um “verdadeiro loteamento” entre as diretorias da estatal entre os partidos aliados do governo.

Janot argumenta que em 2015 a relação dos integrantes do PMDB da Câmara com a presidente Dilma Rousseff estava “fortemente abalada”, em razão da exoneração do então ministro Moreria Franco da Secretaria de Aviação Civil. “No meio deste clima de descontentamento, no início de 2015, Eduardo Cunha decidiu não observar o acordo de alternância entre PT e PMDB e lançou-se candidato à Presidência da Câmara dos Deputados numa disputa com o candidato do PT Arlindo Chinaglia. Esse episódio marcou uma virada importante no relacionamento entre os integrantes do núcleo político da organização criminosa do ‘PMDB da Câmara’ e do PT”, escreveu Janot.

Segundo ele, os “caciques do PMDB” achavam em 2015 que o governo “não estava agindo para barrar a Operação Lava Jato em relação aos ‘aliados’ porque queriam que as investigações prejudicassem os peemedebistas”. “Já os integrantes do PT da organização criminosa desconfiavam que aqueles queriam fazer uma manobra política para afastar a então presidente Dilma do poder e assumir o seu lugar”, escreveu Janot. As desconfianças, segundo ele, cresceram em razão da instauração no STF de inquéritos da Lava Jato.

Eduardo Cunha, do PMBD, foi um dos primeiros da lista de inquéritos da Lava Jato instaurada a pedido de Janot que foi denunciado. Para o PGR, o grupo do PMDB avaliava que apenas os inquéritos dos ‘aliados’ e não os de integrantes do PT avançariam. “A tensão originada entre os integrantes do núcleo político da organização criminosa, em especial integrantes que pertenciam ao PT e ao ‘PMDB da Câmara’, ocasionou uma forte crise política”, escreveu Janot, mencionando a carta escrita por Temer, então vice-presidente, a Dilma.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu ao Supremo Tribunal Federal nesta tarde nova denúncia contra o presidente Michel Temer. O peemedebista é acusado agora pelas práticas de organização criminosa e obstrução de justiça. Em junho, Janot ofereceu denúncia contra Temer por corrupção passiva, mas a Câmara dos Deputados barrou a acusação.

Também foram denunciados por organização criminosa os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco; o ex-ministro Geddel Vieira Lima; e os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures.

Por obstrução de justiça foram denunciados Temer, e os executivos Joesley Batista e Ricardo Saud.

Publicada no Estadão

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A Operação Lava Jato conseguiu avançar a despeito dos percalços provocados por parte expressiva da classe política destinados a frear o seu avanço. Tentativas de intimidação de autoridades com projetos de lei fora de hora, bem como discursos pseudo-jurídicos acalorados falharam e a Lava Jato chegou a um estágio tal que a podridão de nossa política se tornou amplamente conhecida da sociedade, alcançando, inclusive, estratos sociais com déficit de informação.

De nada adiantam manobras espúrias e gasto de dinheiro com marketing político quando se tem o anti-marketing nas redes sociais, a desconstruir versões falaciosas e a demonstrar considerável peso na formação da opinião pública. Antigamente precisávamos esperar o jornal na TV para sermos informados, hoje basta um celular para sermos informados em tempo real.

Importa, pois, indagar se do salto tecnológico na informação resultará um salto de qualidade no país. Impõem-se algumas questões vitais para a nação, como as seguintes:

1) Será que a população está mais madura para cobrar de seus representantes lisura, ética e respeito no trato da coisa pública?

2) Depois do que foi revelado, os Tribunais de Contas de Estados e Municípios deixarão de ser órgãos meramente decorativos para se tornar realmente fiscais das finanças governamentais em suas respectivas esferas de atribuição?

3) O país deixará, enfim, de ser roubado por maus políticos e por empresários que odeiam a concorrência?

4) Qual o papel da Internet e das redes sociais no cenário político que surge a partir da Operação Lava Jato? continuar lendo

A Nação brasileira espera que nova Procuradora Geral da República não arrefece a acuidade e velocidade das denúncias e prisões dos gangster da política brasileira, tenham eles o nome que tiverem e ocupem a função pública ou privada que ocuparem, que sejam despejado de caminhão dentro de presídios comuns, sem regalias, sem benefícios algum extra Lei. continuar lendo

Estou defendendo uma intervenção militar urgente pois o nosso sistema judiciário não conseguirá frear as tentativas diversas abafar e até anular possíveis delações.Ficou provado que temos facções do crime organizado infiltrados em vários partidos inclusive alguns bastante conhecidos.Não adianta tantas prerrogativas e recursos intermináveis que o quadro não muda;Aguardo com muita esperança que o ex ministro Geddel Vieira faça logo sua delação e desmonte de vez esta farsa de criminosos bandidos das piores espécies que temos no Brasil.temer gilmar HC mendes, aecio, lula, serra jucá, renan, edson moreira franco, eliseu, henrique alves. sarney, collor não merece ser condenados, merecem ser mortos em nome da república. continuar lendo

Vc realmente deseja uma intervenção militar?

Algumas perguntas:
- qual país desenvolvido tem um governo militar?
- os militares não podem ser corrompidos?
- existia menos corrupção na ditadura militar no Brasil?
- quem podia investigar os militares? continuar lendo

Intervenção militar, SIM, mas com Bolsonaro no comando! (y) continuar lendo