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25 de Abril de 2024

Lúcio Funaro diz que Eduardo Cunha era 'banco de propina' e 'dono de mandatos' de deputados

Operador disse em delação premiada que ex-deputado pagava propina a deputados com dinheiro desviado da Caixa. G1 busca contato com defesa do ex-presidente da Câmara, que está preso.

há 7 anos

O operador financeiro Lucio Funaro afirmou nos depoimentos do acordo de delação premiada que firmou com a Procuradoria Geral da República que o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha era uma espécie de "banco de propina" de deputados, ou seja, pagava para os parlamentares e depois se tornava "dono" dos mandatos deles.

O G1 buscava advogados de Cunha, que está preso, mas não tinha conseguido contato até a última atualização desta reportagem.

Os depoimentos de Funaro, apontado como operador do PMDB, foram prestados em 23 de agosto à Procuradoria Geral da República. No dia 5 de setembro a delação do operador foi homologada pelo ministro Luis Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Os documentos com o conteúdo dos depoimentos de Funaro foram anexados ao inquérito que investiga supostos crimes cometidos por políticos do PMDB da Câmara dos Deputados.

Nos depoimentos, Funaro relatou os desvios que operou no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), na Caixa Econômica Federal, para beneficiar o grupo político para o qual atuava. Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e membros do PMDB são réus em processo sobre desvios bo FI-FGTS que tramita na Justiça Federal em Brasília.

Funaro contou que atuou na Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, que foi comandada por Fábio Cleto, e também na Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco, que foi comandada por Geddel Vieira Lima – o ex-ministro está preso.

Ao falar sobre os desvios na área comandada por Geddel , ele detalhou como Eduardo Cunha, segundo afirmou, atuava com ele. Disse que os beneficiários dos desvios nessa área eram Cunha, Geddel, Henrique Alves e o próprio Funaro. Segundo disse, Cunha funcionava era um “banco de propina” e virava “dono” dos mandatos de deputados para os quais dava dinheiro.

No último dia 13, a defesa de Henrique Eduardo Alves afirmou que há mais de 40 anos ele faz parte do PMDB e não de uma organização criminosa e que a inocência dele vai ser provada ao longo do processo. Na mesma data, a defesa de Geddel informou que prestará esclarecimentos em juízo.

Funaro declarou que valores de propina eram creditados em uma conta-corrente que tinha com o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, delatores da Operação Lava Jato, ambos presos. E que recebia os valores de forma oculta e disfarçada, por meio de estratégias para ocultar a ilegalidade.

publicado no G1

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Em que pese delações não constituírem provas, elas fornecem um caminho para as investigações. Conquanto a de Funaro seja bastante genérica, por baseada em ouvir dizer, fato é que os delatores têm dado uma contribuição valiosa na revelação das falcatruas de nossas elites política e empresarial. O que seria do Brasil se Paulo Roberto Costa não tivesse dado o primeiro “pontapé na bola”?

Não adianta, por isso, querer desqualificar delatores pelo fato de serem bandidos. Suas confissões e relatos ganham cada vez mais credibilidade junto à opinião pública, máxime quando se encontra, por exemplo, um parlamentar ligado ao presidente da República correndo para um táxi com uma mala de dinheiro, ou mesmo quando se acham malas repletas de dinheiro em apartamento emprestado a um ex-ministro do presidente. Alguém duvida que, mesmo ocultando muita coisa, a gravação de Joesley Batista nos porões do Palácio do Jaburu não tenha trazido à tona boa parte da verdade?

Por isso, nada de censura ou prolongado sigilo nas delações e que os delatores continuem “abrindo o bico”, pois só assim o Brasil será efetivamente passado a limpo. continuar lendo